Friday 24 September 2010

E já agora...

Lembram-se dele? Foi um dos piores ministros de que há memória e olhem que os houve bem maus. Continua a ser notícia. Este senhor é atrasado mental - perguntem a todos os empresários portugueses. Agora está aqui, graças a todos nós. De referir, porque não é inocente que quem escreve esta "notícia", apesar de publicada no DN, é o órgão oficial do Governo. Perdão, a Lusa. Ah, já me esquecia. Dá no mesmo.

E quem é que paga a factura?

Sem Orçamento de Estado não há Governo. Ou eu muito me engano ou isto chama-se chantagem. Pedro Silva Pereira, a fazer de amplificador da voz do dono disse-o. Omitiu que o PSD se recusa a aprovar um OE que prevê a subida do IVA para 23%.
Vamos ser sérios. Não tem que ser o PSD a aprovar o OE. Pode ser o CDS, por exemplo. Pôr no principal partido da oposição o ónus do não funcionamento do Governo é, do ponto de vista político, uma jogada de mestre. Sócrates é, honra lhe seja feita, um homem astuto e politicamente muito hábil. Do ponto de vista moral, claro, não tem qualquer vestígio de espinha dorsal. Mas isso só surpreenderá os mais distraídos.
Quanto aos factos - podemos funcionar sem OE, como é óbvio. Com duodécimos, como prevê a Lei. Se calhar até melhor, porque a despesa fica mais apertadinha. Afinal já sabemos que não vamos ter as grandes obras....Eventualmente ficará mais difícil comprar carros de alta cilindrada para os gestores das empresas públicas. A vida não é fácil....
O que me parece mesmo mesmo assustador é que nós, os pobres, continuamos sempre lixados com um F maiúsculo. Se o Governo se demite agora teremos eleições antecipadas. Uma imagem que agradaria ao nosso 1º, porque poderia vitimizar-se à vontade e ainda corria o risco de ser reeleito por mais quatro anos.
Na pior das hipóteses Passos Coelho ganhava agora, mas com o País de pantanas. Em qualquer destes cenários estamos, claro, FODIDOS.
Se a coisa não resultar e ele tiver de levar o mandato até ao fim... estamos FODIDOS na mesma. E mais, o que vier depois dele... não será melhor.

Tuesday 21 September 2010

Rocco, o regresso de um mito

A primeira vez que ouvi falar dele foi nos idos de 90, quando o insuspeito jornal Público escreveu sobre os seus 25 cm de "talento". Depois correu o boato que tinha morrido de Sida.
Afinal Rocco, o garanhão italiano dos filmes porno, está vivo. E, depois de 400 filmes, tem uma aura de seriedade que os tais 25 cm nunca poderiam fazer suspeitar. Para ler aqui, um retrato da indústria.

Wednesday 15 September 2010

Valha-nos Deus!

Li e ainda estou hesitante entre o rir perdidamente e o choque. Ainda bem que para preencher escolheram o algarismo 2 e não o 6. Doutra forma seria obrigada a concluir tratar-se duma sugestão do demo, essa de usar os instrumentos do capitalismo para ajudar os pobres!

Monday 13 September 2010

Datas

Lembro-me bem de ser pequena e do dia, ou melhor, a noite, que antecipava o regresso à escola. E era um inferno. Sempre. Mesmo tendo sido boa aluna. Mesmo sendo integrada e tendo amigos... a escola não era o lugar onde eu queria estar, por oposição a dias inteiros livres para fazer o que eu quisesse. E que normalmente envolviam muitos livros.
Então, há exactamente 13 anos, no dia 13 de Setembro.... Bom, comprei o jornal para ver as notas do ensino superior. E previ, tendo em conta as médias publicadas, entrar no curso que ninguém sabia que eu tinha escolhido. A quinta opção. Escolhida quase por brincadeira. Contra tudo o que era suposto e à margem do que eu tinha idealizado. Foi uma cruz - na verdade umas bolinhas naquelas folhas cor-de-laranja das candidaturas - que ditou uma parte considerável da minha vida e do que têm sido estes 13 anos.
Parece-me que foi há bocadinho. E no entanto morreram e nasceram pessoas muito importantes na minha vida. Conheci pessoas. Fiz amigos. Apaixonei-me e "desapaixonei-me". Desiludi-me com as pessoas. E comigo. Maravilhei-me com sítios que conheci, com a minha capacidade de resistência, com coisas que alguém fez para e por mim. E com pessoas, claro.
E ouvi música. E chorei. E ri. Muito.
Hoje posso dizer que já fiz coisas que, na altura, nem me passavam pela cabeça. De bom e de mau. Se tivesse de passar tudo outra vez talvez mudasse algumas coisas. Mas não a maioria. Mas todos juntos, a passar assim em flash à minha frente, esses 13 anos parecem-me uma longa-longa metragem.
Gostava de ter aquela inocência outra vez. Mas não sei se queria atravessar tudo de novo. Tudo foi muito. Mas gostava de ter as certezas que tinha na altura.

Wednesday 8 September 2010

Serenidade

Admiro-a desde que a conheci. Foi numa festa da empresa onde ambas trabalhávamos: eu a tirar o meu curso e a colaborar com eles e ela a full full time. Disse-me na hora que não tinha muitos estudos e que o filho pequeno tinha problemas de audição. E o despojamento com que o fez levou-me a gostar dessa atitude despachada e descomplexada. Na prática é mãe "solteira" já que o ex-marido não chega a ser pai nem a fingir - nem no amor, nem na comparticipação financeira que nunca chega a dar. Ainda assim, há quatro anos tomou a decisão de adoptar o sobrinho pequeno - uma criança sem pai e cuja mãe, toxicodependente, há muito mostrou ser incapaz. Adoptou-o mesmo, com papéis e, sobretudo, com amor incondicional. Sozinha. E eu admiro-a ainda mais. Ontem, depois de mais de um ano e meio de distância, falámos ao telefone. Mudou de casa e de cidade e de vida - ela e os seus dois amores.
- Então e gajos?, perguntei eu. E ela, que é linda de fazer parar o trânsito, e uma pessoa fantástica, disse-me que, na verdade, nem quer saber disso. Que todos os que conheceu se revelaram mais "ralações" do que relações. Que na verdade está tão feliz e tão realizada e a fazer as coisas como quer que não tem espaço nem tempo para isso. Que não quer ter alguém na vida dela para discutir, porque para isso, mais vale ser como é: feliz com o seu trabalho, os filhos, os amigos. Eu continuo, todos os dias, a admirá-la.

Friday 3 September 2010

Das pessoas

Acredito que todos os dias fazemos escolhas. E podem ser completamente life changing. Como encontrar um novo emprego porque se viu um anúncio num jornal que não é o que lemos habitualmente. Porque encontrámos um velho amigo num restaurante a que não costumamos ir e ele nos apresenta ao pai dos nossos filhos... sim, são exemplos drásticos mas ilustrativos. Eu, se dúvidas houvesse, já tive uma prova bem viva desse cenário - mas que não vem agora ao caso.
Hoje saiu do meu contacto diário - espero que não da minha vida - um novo amigo. Novo na idade e no tempo (conhecemo-nos há apenas seis meses). Uma parte de mim partiu com ele. Vou ter saudades - ainda por cima nos últimos tempos passámos muito muito tempo juntos. Vai faltar-me a sua companhia, o sentido de humor e mesmo o trabalho. A partilha de um café ou de uma piada parva. Hoje, quando o vi sair, fiquei com a certeza de que ele é um Homem. Melhor, que fizemos dele um Homem. Assim mesmo, grafado em maiúsculas. Mais capaz e certamente com um sentido de questionar o mundo que não tinha quando chegou. Ele é o primeiro a reconhecer isso mesmo. Eu espero que isto seja, como me parece, para a vida. Impregnado debaixo da pele. Para sempre.
E hoje acho que, se a minha religião me deixasse, isto era neura para ter de ser entupida em caixas de Häagen Dazs. Raios!

Minetes, orgasmos e outros "tabus"

Saúda-se a iniciativa, embora ainda não saiba bem o que esperar do programa. Mulheres reais a falarem de sexo. As explicações são dadas na notícia do DN. E o vídeo tem potencial. Vamos ver. Assustam-me os comentários feitos à notícia. Somos um país de atrasados mentais.
A propósito de sexo e mulheres, não resisto a partilhar um episódio recente, bem demonstrativo da mentalidade tuga (e inqualificável). Dois homens e uma mulher estão a almoçar num restaurante /tasco, onde são servidas comidas caseiras. O dono, homem à volta dos 70 anos, passeia-se pelas mesas e conversa. Neste caso para dizer que o País está mal. Tão mal que agora os homens até se podem casar uns com os outros - vejam lá!Mas não se ficou por aqui. A explicação, que ouvi contida para não chorar a rir:
"Ainda duas mulheres... casar não. Mas compreendo que se enrolem. É mais limpinho, é higiénico".
A., 70 anos, dono de um restaurante. Fã de Salazar. Benfiquista.Bom chefe de família.

Hesito entre ter pena dele ou ter pena que nós, como colectivo, possamos ser assim.

Tuesday 31 August 2010

Inevitabilidades

Podemos ser bem resolvidas. Independentes e o mais que seja. O homem que nos sussurra que é bom ouvir a nossa voz e que tinha saudades nossas... continua a ser o homem que nós desejamos. Mesmo!

Tuesday 24 August 2010

Frase do dia

O Amor é só uma probabilidade, não é uma marcação.
A frase que é, por si só, um tratado, não é minha. Li-a aqui.

Monday 23 August 2010

It's all in the movies


Na tentativa de espalhar a cultura geral lembrei-me do Império dos Sentidos. O filme é de 1976 e é um belíssimo retrato do sexo pelo prazer. But, then again, ela era prostituta. Acho que ainda hoje temos isto: um homem e uma mulher conhecem-se. Têm sexo fantástico, repetidamente. Ela, ou se apaixona por ele, ou é uma puta. Ou apaixona-se por ele e é uma puta. Mesmo que nunca tenha feito nada assim na sua vida. Estamos a milhas da igualdade de géneros. Eu disse milhas? Perdão, queria dizer anos-luz!

O bom, o mau e o inacreditável

Na "Pública" de ontem um excelente trabalho de Teresa Sousa, com um texto irrepreensível e um grande trabalho de jornalismo - a história do futuro do New Labour em Inglaterra. Que se pode ler aqui, embora (ainda) não na versão integral, o que é pena.
E agora a política "caseira" - mais um exemplo inqualificável com as empresas "públicas", para ler e perceber o mal governados que andamos.
Por último o inacreditável - não vem aqui ao caso estar a defender Lobo Antunes, pessoa cujos escritos não me agradam particularmente. Mas assistir ao uso do seu nome para politiquice barata é triste. E mancha quem volta a não medir o que diz. E para conseguir o quê?

A dita cabra insensível

... que eu sou faz a piada estúpida com uma coisa séria. Uma mulher morre com uma palmeira em cima, num comício do PSD Madeira. Eu só consigo pensar: "Serves her right!"

Friday 20 August 2010

Dos outros

Descobri hoje um texto lindo sobre o amor. Aqui.

Tuesday 17 August 2010

O deslocado

Há pessoas que têm o raro dom de conseguir passar a imagem que estão em (quase) todo o lado, que dominam todos os assuntos. Cavaco é o contrário: quer fazer passar a imagem de que, na verdade, não está em lado nenhum. Já o escrevi e repito - sempre que é necessário ouvir-se, temos silêncio. Sobre questões fundamentais, o já habitual "não é oportuno". E depois, sobre o acessório ou sobre matérias que não lhe competem surgem as dissertações. Desadequadas. Cavaco promulga uma lei que equipara os direitos das uniões de facto ao casamento. Respeitando eventualmente uma situação que tem cobertura nos hábitos sociais - as pessoas não casam; juntam-se. E sobre isso só há a dizer que as leis, obviamente, têm de ser um espelho da sociedade.
A questão aqui é o PR dizer que promulga mas... com reservas. Mas alguém quer saber das reservas? Mas está tudo doido? O homem é PR. Ou promulga ou não promulga. Aprovar uma lei com reservas é o mais ridículo que se pode ter. É o gajo a admitir que é o que todos já sabíamos: nim. Nem preto nem branco. Cinzento. Um tipo sem opinião ou, pior, sem coragem para tomar decisões.
E, mais grave, com estas "reservas" quer eventualmente salvaguardar-se. Passar entre pingos de chuva sem se molhar. Cavaco é um erro de casting. Não por ser do PSD. Mas por ser mau. Por querer ser cinzento, a ver se ninguém sabe bem o que ele é e volta a ser eleito.
Sobre ele posso dizer que a vox populi é que o resume bem. Há dias em conversa com um amigo ele falava-me da opinião do pai, ex-cavaquista militante, do alto dos seus 83 anos. "É um falso. Anda aí com o Papa todo sorrisos. E uma semana depois aprova os casamentos dos paneleiros!"
E isto é o que o PR ainda não percebeu: que faça o que fizer nunca vai agradar a todos. E que melhor seria ter espinha dorsal e assumir uma postura recta, de um homem que sabe tomar decisões. Servir a deus e ao diabo é difícil.

Monday 16 August 2010

Pergunta retórica

Aliviamos a análise moral quando estamos envolvidos no assunto em discussão? As regras que achamos aplicáveis aos outros são as que escolhemos seguir para nós, no matter what?

O "nosso" amor

Falamos do "nosso" amor com a enfatuação dos tolos. Convictos que, por ser "nosso" esse amor é mais amor, sentimos mais, somos maiores. Se fossemos poetas seríamos só sonetos e canções. E somos, afinal, Beethoven's de trazer por casa... Poetas de palavras cruzadas e rimas fáceis. Entalados entre inevitáveis pores-do-sol e prestações da casa.
Somos patéticos - bacocos numa tentativa de criar o que não está nem nunca esteve ao alcance da nossa existênciazinha...

Friday 6 August 2010

De cá e de lá

Às vezes ainda leio bom jornalismo. Hoje foi no Público, esta excelente reportagem. Que é fundamental ler. E pensar um bocadinho.
À nossa porta também temos muito que pensar. Já aqui falei na violência doméstica. Já repararam que todas as semanas há um filho da puta que se passa da marmita e mata a mulher, depois de anos a bater-lhe e a retirar-lhe, passo a passo, toda a dignidade humana. Até quando?
Em nota de rodapé volto a deixar o meu opinadeiro preferido, que agora escreve no CM. É isto mesmo, infelizmente.

Thursday 5 August 2010

Honestidade

Vantagens de uma "relação" que sabemos que não pode acontecer: somos completamente transparentes, porque não há nada a perder, não há medos, não há reservas mentais, nem receio de melindrar o outro.
E por isso, em resposta à pergunta: "andas à procura de sensações novas e adrenalina?", seguiu-se a única resposta possível. "Não. Ando à procura de mim própria".
Assim, a seco.

Tuesday 3 August 2010

O amor

Há um dia das nossas vidas em que confundimos o amor com outra coisa qualquer. Amizade. Sexo. Atracção. Muito sexo.

Memórias

Hoje a Comercial acordou uma memória. Do primeiro festival de Verão, no primeiro ano (ok, ok, sem contar com aquela edição perdida de Vilar de Mouros).
Estávamos em 1997, no ano em que acabei o Liceu. E sim, queria muito ter ido. Mas não era coisa que uma adolescente pudesse fazer livremente na época. Uma das minhas melhores amigas foi, na segunda edição. Que inveja. Acho que nenhum adolescente hoje compreenderia isto. Passaram uns anos. Mas muitos mais na forma como as pessoas vêem uma série de coisas, felizmente. Hoje, adolescente outra vez, teria conseguido ir. Não é fácil ser miúda.

Quando dizem que o mundo mudou


Nunca gostei de Agosto - era aquele mês a meio das férias GRANDES, mas já tão perigosamente perto de Setembro e do início das aulas. Aquele mês em que os dias começam a ser mais pequenos, ainda que de forma sub-reptícia. O mês das confusões para ir para a praia e de parentes e almoços de família que nunca mais acabam. Só comecei a achar-lhe alguma graça já crescida, a trabalhar. Porque recusando-me a tirar férias em Agosto sobrava-me um mês de trabalho em paz. Isto é... é certo que para o meu mètier a coisa torna-se mais difícil mas sobrava-me a certeza de menos chatices e a enorme alegria de estacionar à vontade. Então expliquem-me como é que estamos em Agosto, sim, Agosto, e eu tive de estacionar em segunda fila. Como se estivéssemos em Maio, ou isso.... é que não acho aceitável!

Monday 2 August 2010

Desejo...

de não ter este sono no regresso ao trabalho;
de não ter dado uma semana das férias para resolver problemas de trabalho;
de não ter um monte de problemas "pendurados"...

Sunday 4 July 2010

Desabafo

Percebemos que estamos a ser estúpidos quando olhamos 30 x para o telemóvel e... mesmo sem ter nada de especial para dizer àquela pessoa, ansiamos que ela nos diga a nós ou precisamos de nos conter para não entrar em contacto. E fazer figura de parva.

Friday 2 July 2010

Imagem

Está de cara lavada... outra vez.
Mas ainda não é exactamente aquilo que eu estou à procura.
De qualquer forma são muitos meses de silêncio. Demasiados para quem tem tanta coisa para dizer.

Friday 26 March 2010

As leis do desejo

Ok, o título foi roubado de um filme duvidoso, mas é um bom título.
Serve para confidenciar que ainda não tinha sentido na pele essa coisa de poder desejar uma pessoa de quem nem sequer gostamos por aí além.
Podemos. E é tramado. Não precisa de ser bonito. Nem sedutor. Só ter aquele je ne sais quoi.

Thursday 25 March 2010

E agora?

Passo os dias e as noites à frente do computador.
Acho que passo tanto tempo à frente desta porra que já nem acho piada a nada. E parte desse tempo podia ser a fazer coisas fixes para mim. Mas não é.
E era só.

P.S. Um detalhe que li aqui. Pergunto-me se é porque somos um País de poetas apaixonados ou se é a nossa herança franciscana.

Monday 15 March 2010

Desculpem, não estou a perceber bem

E por isso gostava que alguém me explicasse o motivo de José Penedos receber um bónus pelo seu trabalho em 2009. Diz a notícia que:
"
José Penedos foi suspenso da presidência da REN e sujeito a caução de 40 mil euros pelo juiz de instrução do processo Face Oculta".
E nós todos vamos pagar-lhe um bónus. Não sei se isto é só para gozar com a cara das pessoas ou porque, de facto, somos um País sem justiça e sem vergonha.
E depois temos todos de apertar o cinto.
Que vergonha!

Sunday 14 March 2010

Afinal, ainda posso fazer dinheiro

Passei os últimos anos a falar da hipótese de ganhar dinheiro a vender partes do corpo. Não, não é isso! Tipo, um rim à ciência ou assim.
Agora, graças à Sábado já sei de que valores estamos a falar. 17 mil euros por um rim. E 67 mil pelo fígado. Mas no meu caso o fígado se calhar já desvalorizou um bocadinho. Digo eu.

Também quero

...chegar aos 130 anos, a beber vodka e jogar gamão.
ainda tenho 100 pela frente. Pelo sim, pelo não, vou começar já com os treinos de vodka. Just in case.

Tuesday 9 March 2010

Dog therapy

Não sei se está devidamente assinalada nos compêndios da especialidade, mas haverá poucas coisas melhores que a terapia com animais. Neste caso animais pequenos. Têm dois meses e estão na fase de morder tudo, mesmo (sobretudo) os meus dedos. São dois órfãos lindos e chegar a casa e amarfanhar-lhes o pêlo é do melhor que há.

Monday 8 March 2010

Ontem como hoje

Primeiro foram milhares em protesto pelas ruas de NY. Depois foram centenas que morreram queimadas. Há 100 anos que se assinalam as injustiças, que não caberiam num post se as enumerássemos. Tenho pena que ainda seja necessário assinalar o dia e também lamento que muita gente (leia-se muitas mulheres) caiam no facilitismo bacoco de escolher este dia para beber e esfregar notas de euros em corpos semi-oleosos de mancebos não escolarizados. Hoje, como ontem, está quase tudo por fazer (veja-se o cartaz soviético, de 1932, para a libertação das trabalhadoras da escravidão da cozinha).
"Portugal tem das mais elevadas taxas de participação das mulheres no mercado de trabalho, mas o acesso aos lugares de topo ou a profissões mais qualificadas continua reservado aos homens e as diferenças salariais ainda são significativas. Ao longo das últimas décadas as mulheres conseguiram conquistar um lugar mais representativo na vida pública e profissional, mas ainda há muito por fazer."

in Público, para ler
aqui, na totalidade.

Díficil...

é ser 2ªf de manhã, estar a ressacar café e ter um tipo ao nosso lado que anota tudo o que tentamos explicar-lhe. E tem um perfume demasiado bom para uma pessoa manter a compostura.
Dias difíceis aguardam-me.

Sunday 7 March 2010

Confissões (it's all in the movies)

Em noite de Oscars - que eu não estou a ver porque tenho um trabalho para entregar amanhã a.s.a.p. - eu, pecadora me confesso. Até ontem à noite eu não merecia o ar que respiro, porque nunca tinha visto isto. Agora, que já me ajudaram a reparar o erro, sou uma nova mulher! E a verdade é que, sem o cinema, as nossas vidas não seriam as mesmas. Agora, enquanto escrevo sobre um assunto interessantíssimo, ouço a banda sonora dela, outra vez.
E sou mais feliz...

Pensamentos soltos


Num belíssimo jantar, no decurso de uma noite fantástica, a teoria do meu acompanhante sobre o fim das relações amorosas: sentimos muito mais falta da outra pessoa se o sexo era fantástico. Será?

Tuesday 2 March 2010

In between

No meio destas duas fotos ficou metade do meu dia de trabalho ontem. Sim metade, a outra metade já tinha acontecido de manhã.
Hoje, claro, estou com o cérebro incapaz.
E tenho um estagiário novo, por minha conta e risco, a quem é suposto orientar. Coitado.

Sunday 28 February 2010

Os sons da nossa cabeça

Ele foi uma das pessoas influentes na minha vida e na forma como me mostrou o outro lado, o pensamento e o respeito pelo outro. Ensinou-me, sem a inevitável atitude paternalista, muito sobre as relações humanas. E ainda me deixou entrar numa nesga do seu mundo fechado, isolado em muralhas invisíveis. Que sorte ter tido acesso a isso. Um dia, em conversa, contou-me que, anos depois de regressar da guerra - para onde foi voluntário - continuava a sentir o peito acelerar ao som dum helicóptero. Só descansava quando o via, explicou-me. O meu som, inexplicável, que me faz saltar da cadeira muitos anos depois é um determinado acelerar de motor. Vindo de outras guerras, é certo, mas entranhado da mesma forma.

Friday 26 February 2010

Sintomático

... é o facto da minha discussão do dia com o meu chefe ser por ele achar que eu não posso considerar a nomeação do Constâncio para o BCE o premiar da incompetência. Não posso? Posso e devo. Aliás, devemos todos, se formos coerentes.
- Ah e tal ele falhou só nalgumas coisas e tens que ver que houve bancos que faliram em Inglaterra e cá não.
Meus amigos, ele era pago de forma principesca para supervisionar. Não o fez. Ponto. Aliás, como foi tornado público, ignorou avisos. Mais, não investigou quando o Jardim Gonçalves, que devia estar preso, andou a "emprestar" dinheiro ao filho. E é obviamente desonesto do ponto de vista intelectual, tendo em conta que passou o mandato a fazer "bicos" ao Sócrates e a afirmar em praça pública, mesmo contra a evidência dos números, o que dava jeito ao "chefe". E calma, cá os bancos não faliram porque estamos todos a pagar os buracos!
Sintomático é o facto disto me indignar e de, de repente, ouvir a voz de indignação do meu colega. Apurado o ouvido percebo a indignação dele, agarrado ao telemóvel. É que é mesmo inadmissível a forma como o Record tem tratado o Carvalhal em particular e o Sporting em geral.
Suponho que cada um se indigna com o que quer!

Saudade

Hoje, por breves instantes, passei numa cidade extraordinária. Que saudade do tempo em que a inocência, a vontade de tragar o mundo e o divertimento estavam sempre de mãos dadas.
Hoje era a noite dos estudantes e noite especial de saída até muito muito tarde. E eles andavam pelas ruas, de traje, de música e de muito álcool a tiracolo.
Ah, que saudade. Dizem que amor de estudante não dura mais de uma hora; só o meu é tão velhinho, qu'inda se não foi embora. (ler trauteado com a música adequada).
:)

Wednesday 24 February 2010

O Bom, o Mau e... o jornalista

Já me tinham falado no Victor, que tem 9 anos e andava, entre destroços, à procura do mealheiro, com 129 euros, para ajudar o pai a reconstruir a casa que a ribeira levou... e o facto de me terem falado nisto é por si só sintomático de que o trabalho do jornalista foi bem feito - informou e deixou a mensagem nas pessoas. E, face a tanta "informação" sobre a tragédia, conseguir que os telespectadores fixem uma determinada notícia é um feito. Vi-a há pouco. E sim, Pedro Coelho vai buscar à cartilha o mais básico (e, neste caso, bem feito), do jornalismo: contar uma história. Tornar as pessoas reais. O Victor não tem mais tragédia do que outros madeirenses, nem mais prejuízo, nem nada que o particularize. Mas é um miúdo o que, por si só, comove. E depois, ao contar-nos essa banalidade e impossibilidade aparente, Pedro Coelho muda tudo. O Victor passa a ter nome, rosto e, mais que tudo, passa a ser o nosso vizinho, o primo, o irmão. O Victor é um de nós e perdeu tudo e isso é muito mais do que números de mortos. Isso é jornalismo eficaz.
PS - O jornalista, diz a definição, é o tipo que corre para o sítio de onde todos os outros estão a fugir.

Ilhéus

Não tenho nada contra a insularidade - já fui bem feliz em várias ilhas - mas devo dizer que há aqui alguma coisa estranha. Que me lembre só os regimes autocráticos escondem o número de mortos e apresentam versões diferentes daquelas que toda a gente conhece.
Não é aceitável ignorar a descoberta de mais mortos, como não é credível pensar que não morreu gente dentro dos carros nos parques subterrâneos.
Jardim, se pudesse, calava os jornalistas e transformava-os em pés de microfone. Assim, tenta só criar novos factos.
Há uma outra ilha onde os factos são criados a bel-prazer do Estado, os números oficiais não são verdadeiros e o turismo é a grande força económica. Também é gerida por um regime ditatorial. Além vê as parecenças, ou sou só eu?

Friday 19 February 2010

O desfocado

Podia tecer considerandos sobre o administrador da PT que tentou impedir um jornal de ser publicado. Mas não vale a pena. Leia-se o que a Visão escreveu sobre ele. E percebe-se que a sua maior qualidade profissional é saber agarrar e abanar a bandeira certa. A cor de rosa, no caso. É extraordinária a sua ascensão "profissional". O boy típico, sem tirar nem pôr. Gosto do toque de se ter despedido. Mas calma, não tenhamos pena. Despediu-se, apenas, da administração. Continuará a trabalhar na PT, empresa que já foi pública e "engordou" durante muitos anos à custa de todos nós e da falta de concorrência. Era bom que alguém lhe explicasse que tentar impedir um jornal de ser publicado é um atentado à liberdade de imprensa. E revela completa falta de espírito democrático. Se fosse tudo mentira (o que nesta altura já ninguém, a não ser o PGR, acredita), o visado teria vários instrumentos em seu poder: tribunais em última instância e lei de imprensa, para desmentidos e reposição da verdade. Será de mim ou a PT começa a aparecer muito chamuscada nesta caldeirada?

Vamos fazer uma petição...

ou mesmo uma colecta. E vamos fazê-la já! É que face a estas declarações, Pinto Monteiro precisa mesmo que alguém lhe ofereça uma Constituição da República. Aliás, bastar-lhe-ia ler alguns dos primeiros artigos.
Ah, e talvez algum professor de Direito se chegue à frente para umas aulas particulares sobre o que é um Estado de Direito.
Mas a ver se isso acontece rapidamente, antes de ouvirmos mais alarvidades.

Submissão


Sou acusada de ser feminista e refilona. Desde que me lembro de ser gente. Bato-me todos os dias pela igualdade de géneros. Nunca hei-de conseguir explicar o fascínio que o tango, uma dança de sedução - mas também de submissão - exerce sobre mim. Na foto Juan y Graciana. Fantásticos!
PS - Um som de encher a alma.

Thursday 18 February 2010

Confusões


A falta de conhecimento e de cultura democrática neste País chega a ser deprimente. A qualquer momento estamos a atirar com um "isto está pior do que antigamente e já não se pode dizer nada e querem calar a comunicação social". Meus amigos, qual comunicação social? Vamos ser honestos, a comunicação social, livre e independente, em Portugal (falo só do que conheço) não existe. Gosto de os ver no Parlamento a discutir a liberdade de imprensa e a ouvirem o Zé Manel Fernandes, a Manela e o Mário Crespo. E apenas digo, com o devido respeito, que não é aí que se vê se a imprensa é ou não livre. Não podemos falar de liberdade de imprensa num País que permite que os jornalistas sejam explorados e que manda embora quem sabe e tem memória e contrata estagiários bem intencionados mas impreparados, sem memória, sem cultura, sem conhecimento. Não peçam liberdade de imprensa se todos os dias há menos jornalistas a escrever. Estarei a ser exagerada? Talvez, mas ganhar o salário mínimo ao fim de 10 anos de trabalho dedicado (tantas, tantas horas, tantas madrugadas) fazem com que as pessoas não se esforcem, percam a capacidade de se interrogar, de continuar a escrever. A definição da agenda - quem decide afinal que eventos cobrir - a orientação política dos media, que em Portugal não é assumida e as condições de trabalho das pessoas não podem ser assuntos arredados da discussão da liberdade de imprensa. Muitas vezes quem está a desempenhar funções de jornalista nem sabe, nem se questiona porque é que faz um trabalho e não outro qualquer. Depois, no afã de discutir a liberdade de imprensa esquecemo-nos que existem empresas de comunicação social. Que é suposto darem lucro. Permitimos que os jornais locais, por exemplo, vivam num precário equilíbrio a que não são alheias as "publicidades dos municípios". Pernicioso, para não dizer pior. Os jornalistas são o pior exemplo - porque poucas vezes denunciam o que se passa dentro de "casa". Não ver que os jornais e as televisões e todos os outros são empresas e têm de dar lucro é um erro. Seria tudo mais transparente se não nos esquecessemos disso. Não estou a discutir sobre as pressões feitas (ou não) sobre os supra-citados. Nem me custa a acreditar que tenham existido, tendo em conta o lodo em que se move a política nacional. Mas a liberdade de imprensa (ou a falta dela) não é na discutível crónica do Mário Crespo. Aliás, lembre-se, uma crónica é um artigo de opinião, não é informação. O PM não tem, como é óbvio, estatura moral para lidar com imprensa livre e esclarecida. Apenas lamento que se esteja a discutir pelo lado errado. Quanto à tentativa de controlo dos media recordo que em Portugal temos duas agências noticiosa. Uma é uma empresa do Estado, cujos critérios editoriais são, no mínimo, discutíveis. A outra é da Igreja. Sócrates tinha um plano para controlar a comunicação social? Nem sei se isso seria necessário. Ainda assim, por muito menos, já se demitiram ou destituiram governos. É um cenário efabulado. Para se demitir o PM teria de ter vergonha na cara (ou um plano para voltar ao poder, ou um bom tacho fora do País). Para que fosse destituído, o Cavaco teria de ter espinha dorsal. Mas também ele tem a sua própria agenda - a reeleição. Por isso, continua a nunca falar quando é preciso e a tentar passar por entre os pingos da chuva. Só o próprio é que não vê que está molhado até aos ossos.

Thursday 11 February 2010

Heróis

Eu era muito pequena. Mas lembro-me bem de ouvir na televisão a história dele. E de ficar chocada quando me explicaram, de forma simplista, que ele estava preso sem ter cometido crimes. Só porque na terra dele havia, por exemplo, autocarros para brancos e outros para pretos. E ele não concordava, explicaram-me. E ele era contra quem mandava, tinha outras opiniões, disseram-me. E eu, que era pequena, e creio que nunca tinha convivido com qualquer preto - tão só porque eles não existiam no meu mundo, uma pequena cidade do litoral, nos anos 80, sabia que tudo isso estava errado. Porque para mim não havia isso de sermos melhores ou piores por termos uma pele diferente. E, mais do que uma consciência anti-racista, o que eu sabia bem é que ninguém, em sítio nenhum do mundo pode ser preso por causa das suas opiniões. Logo eu, que sempre tive opinião sobre todas as coisas. Eu era pequena e não tinha como saber o alcance daquele homem. Mas sei bem como me marcou a sua história. Lembro-me muito bem de o ver um dia, na televisão, a deixar a cadeia onde esteve 27 anos. Há 20 anos eu era uma criança. Acho que ele foi um dos responsáveis pelo despertar de uma consciência cívica e política em mim.

In spite of all the damage

Um dos problemas de se ser disfuncional é ouvir incontáveis vezes a mesma música.
Acho que isto seria bom para ouvir ao fim da tarde, a fumar um cigarro. Ou a fazer tarte de mirtilos, acompanhada de chá de menta.
Ou mesmo good old fashion sex. À frente da lareira, em movimentos lentos.
Ok. Demasiados filmes.
Claramente não será a banda sonora duma quinta-feira cheia de trabalho. Mas, so far so good.
:)

Wednesday 10 February 2010

Ouvir

Às vezes ouvimos coisas que nos enchem a alma.
Hoje The be good Tanyas.

P.S. In spite of all the damage on repeat.

Thursday 4 February 2010

Pluralidades

Foi com estupefacção que ouvi hoje que existem alunos portugueses que têm processos no Diap. Podia tratar-se de um caso de violência sobre os professores - como conhecemos vários. Ou de bulling entre colegas. Ou de miúdos violentos que roubam e esfaqueiam nos pátios das escolas perante um certo encolher de ombros do sistema, que os passa de ano, sem que tenham qualquer tipo de conhecimentos.
Afinal, não! Os alunos do ensino secundário têm processos no Diap porque se manifestaram.
E as manifestações parece que são coisas perigosas. Veja-se que haja a extrema necessidade de chamar a polícia para "policiar" - passe o pleunasmo - os feirantes dos carrosséis, para que não se manifestem. Engraçado como para isso ainda não houve falta de efectivos. Só para nos proteger, para fazer rondas de patrulhamento ao pé das nossas casas e das escolas dos nossos filhos é que faltam agentes.
Esses sacanas dos alunos e dos feirantes e de todos quantos se manifestam - deviam estar todos presos!Os enfermeiros, os professores e toda uma cambada...Presos! Agora a manifestarem-se, tss,tss, tss...

Acabo de conhecer detalhes das indicações editoriais de um dos jornais nacionais. A jornalista acompanhou uma visita do primeiro-ministro - estavam pessoas a vaiá-lo. Escreveu sobre isso. Ligaram a perguntar se não havia também gente a aplaudir... E mudaram-lhe o texto.

A liberdade de expressão e, consequentemente, de imprensa, é a primeira das liberdades. Estamos a deixar que a roubem e não nos ocorre fazer nada.

Wednesday 27 January 2010

As contas do Teixeira

Prémio - alguém dê uma calculadora ao homem, já. Então nós andamos meses a discutir o défice à décima e depois afinal, estávamos todos enganados? Ó amigo Teixeira, todos todos... só os distraídos, depois de andarmos meses a escrever sobre o nosso endividamento galopante.
Acho piada, devo dizer, que em 2009, em crise, tenhamos aumentado os funcionários públicos. E gostava de lembrar quantas eleições aconteceram o ano passado.
Pois é, em tempo de urnas aumenta-se os funcionários públicos, o que assegura os seus votos, os dos cônjuges e dos filhos...
Terminados os votos voltamos a carregar naqueles em que não dá muito trabalho.
Apenas umas notas: muito a favor da privatização mas alguém explique ao Governo que as parcerias público-privadas têm de envolver risco para os privados. E não apenas lucros, como se tem visto nas últimas negociatas.
Apresentar este OE deveria ter uma medida imediata que, mais do que eficácia traria consolo moral - o de diminuir gastos do Estado em serviços supérfluos e mesmo em certos vencimentos e pensões astronómicas. Como diz o outro, ou há moralidade, ou comem todos.

Tuesday 26 January 2010

Herdeiros

A minha Princesa deixou-me uma herança que "apita" quando tem fome. Estou a alimentá-los a biberão. Acho que vão ser super-mimados...

A bola

Crescer filha de pai benfiquista e bom apreciador de bola (e jogador e treinador) "obrigou-me" ao contacto cedo. Já estive desencantada e também já fui apaixonada por bola.
Hoje foi bom rever glórias, que é como quem diz, tipos que jogaram muito à bola num qualquer momento das suas vidas. Juntos por uma causa e pelo futebol. Foi bonita a festa, pá.

PS - Mats Magnusson - quase não o reconhecia, mas esteve, firme como uma rocha. Ou então, não!
Pai, obrigada pelas noites em claro a ver bola contigo. Ainda não sabíamos, mas eu haveria de ganhar dinheiro com isso. ;)

Friday 22 January 2010

Princesa

Nasceu há 12 anos, lá em casa e foi companheira de todos os dias. Um elemento da família, com direito a repreensões, mimos e um espaço nos nossos corações. Quem nunca tenha tido animais pode não compreender o espaço e a importância que eles ocupam nas nossas vidas. A minha Princesa tinha o pêlo mais sedoso do mundo e as orelhas mais suaves que possamos imaginar. Estava a ficar velhota e, no entanto, acabou de ser mãe pela primeira vez na vida há duas semanas. Uma mãe extremosa, que durante três dias não deixou os filhos um segundo. E os lambeu satisfeita pelas bolinhas de pêlo que lhe nasceram. Um dia, há uns anos, atirei-me para o meio da estrada, à frente dum carro, para a salvar. Ela estava doente, meia surda e tive de a resgatar in extremis. Depois disso recuperou completamente e parecia, pela vivacidade, uma cadela com metade da sua idade. Ontem eu não estava lá para a resgatar. Deixou órfãos cinco cãezinhos que estamos a tentar salvar. E eu também fiquei um bocadinho órfã dela. Nada substitui o consolo da sua língua quente e a satisfação de cada vez que trocávamos mimos.

Escutas

Portanto, a ver se a gente se entende: há um dirigente desportivo com processos vários em tribunais. Há escutas telefónicas que provam (a menos que tenham sido falsificadas) a culpa desse dirigente e de outros seus comparsas. Mais, provam a podridão de todo o processo desportivo em Portugal e o sentimento generalizado de impunidade que toda esta gente tem.
E a grande preocupação do Procurador-geral da República é saber quem pôs as escutas online. Alguém devia explicar ao senhor PGR que o bem aqui em causa não é o segredo de justiça. O bem aqui em causa é a Justiça, ela própria. Ou há, ou não há. E aqui, claramente... não há.
Eu, como suponho a maioria das pessoas, quero é saber que a corrupção desportiva, sobretudo a um nível elevado é punida. Ponto.

Friday 15 January 2010

Vá, agora a sério...

Leio que Cavaco vai condecorar Santana Lopes.
Começo a rir às gargalhadas, sem conseguir articular palavra.
Partilho a informação com as pessoas à minha volta, apontando para o ecrã, porque ainda não consegui parar de rir.
Depois percebo que é a sério. E mantenho a secreta esperança que o Cavaco apareça, qual avatar 3D a saltar o ecrã e a dizer: "Ah, era a brincar! Não acreditaram mesmo nisto, pois não?! Tolinhos! 1º de Abril adiantado!"

Até agora, não aconteceu!

Wednesday 13 January 2010

O amor (também) é assim

Please, please, please let me...
Não me canso de ouvir a súplica de amor, o desespero tranquilo. For once in my life...

Do nacionalismo bacoco

À menção da palavra pátria relembro muitas vezes o texto do livro de Português do Estado Novo - creio que era o da quarta classe - que dizia assim: "menino, sabes o que é a pátria?". E continuava depois no tom paternalista do regime a dissertar sobre esse bem maior que é a pátria, escolhida por Deus, abençoada com Salazar.
E vejo hoje esse nacionalismo bacoco com novos contornos. Constâncio foi mau. Esteve a dormir metade do tempo e a fazer bicos ao patrão na outra metade. Não viu os favores de Jardim Gonçalves ao filho. Não viu as fraudes no BPN e no BPP. Demasiadas vezes andou armado em Ministro das Finanças, a alvitrar palpites sobre impostos - que não lhe competiam. E claro, as suas revisões, em alta, em baixa e mais não sei o quê foram sempre a favor do Governo...
Constâncio nem sequer soube ser independente ou pôr o lugar à disposição, quando o devia ter feito.
E agora, pasme-se, queremos que a sua incompetência seja reconhecida, premiada com um tachito na Europa. E pede-se aos senhores eurodeputados que votem nele. Porquê? Por ser português? Votamos num gajo incompetente porque nasceu no mesmo país que nós? Fraco argumento.

Descoberta

...por acaso, no mundo infinito da net.
Para ver com atenção, dado que será o jornal português que melhores fotos publica.

Tuesday 12 January 2010

Mãe

Para quem, como eu, tem a melhor mãe do mundo, é todos os dias um pouco mais difícil ver-te sem as tuas capacidades normais.
Demasiado nova. E eu a sentir-me órfã do apoio incondicional, do amor total e permanente. E culpada por não ser capaz de te ajudar a sério.
Hoje parece-me mais difícil que ontem.
Tenho tantas saudades tuas.

Monday 11 January 2010

Frio...?!

Nã...Isso do frio é uma coisa psicológica.
Eu, psicologicamente afectada, estou a escrever de luvas. O que não só dá jeito, como é mesmo, mesmo prático. É que assim escrevo em duas ou mais teclas ao mesmo tempo.
Pareço o meu avô quando um dia, de sapatos novos, conduzia a sua velhinha Ford. E o carro não andava. O homem acelerava e... nada. Descobriu mais tarde, uma dúzia de tentativas frustradas no que ao acelerador diz respeito que, graças aos ditos sapatinhos, um número acima do habitual, travava e acelerava ao mesmo tempo.

Sunday 10 January 2010

Sem imagem

Não tinha máquina comigo e, mesmo que tivesse, ser-me-ia difícil captar a beleza inteira de um dia de inverno com sol (não, não foi hoje, claro)!
Acho que a luz se torna ainda mais importante num dia de frio intenso. Essa seria a ilustração perfeita deste post: frio de rachar e uma luz sublime a dar brilho aos lugares de sempre que, só por causa dela, ganham nova vida. Às vezes esse é o último desafio: descobrir a beleza escondida nos sítios que tanto conhecemos.
2010 - é só uma convenção mas, mesmo assim, fazemos planos e desejos e resoluções de ano novo, na secreta expectiva de que podemos mesmo recomeçar de novo.
Eventualmente podemos, se tivermos força e coragem. Mas todos os dias e não só no ano novo.
Recomeçar é sempre um bocadinho mais difícil de cada vez que se volta ao zero.