Thursday 17 September 2009

Acreditar


Hoje queria - ou melhor, precisava - acreditar.
Mas parece que só há um caminho.
Tenho pena é de não saber qual é.

Wednesday 16 September 2009

Realpolitik portuguesa ou o sentido de humor que eles não têm

Alguém acredita que Manuela Ferreira Leite tem sentido de humor? E Sócrates poder de encaixe face às críticas?
E no entanto, foi vê-los sorridentes, colaborantes, a aceitarem submeter-se ao humor inteligente do RAP. É que isto dá visibilidade e um ar de se ser "porreiro, pá!". Parabéns à SIC pela ideia, parabéns ao Ricardo pelo sentido de humor.
Tenho pena que os jornalistas não aprendam nada com ele. É que ele não tem, aparentemente, medo de fazer as perguntas difíceis.
Só os jornalistas é que têm, coitadinhos!

Tuesday 15 September 2009

Justiça e liberdade de expressão

Gosto do João Miguel Tavares. Gosto da forma como ele põe as coisas, quando escreve. Dito isto, convém explicar que não o conheço - só das páginas do DN. E de uma ou outra coisa em que "anda metido". Leio-o às terças. E costumo partilhá-lo com os amigos. Sei do(s) processo(s) do PM contra ele. Mas não é a política que me motiva o entusiasmo. Antes o verbo.
Não me interessa se tem partido ou em quem vota. O voto é dele. Interessa-me a forma como escreve - desassombrada - e o conteúdo, com o qual tendencial mas não cegamente, costumo concordar.
Hoje, no sítio do costume, voltou a dar nome às coisas.
Parece que alguns de nós ainda conseguem saber de que lado da barricada estão.

Afinal, qual é o nosso lado da barricada?


Na verdade não sei se qualquer um de nós consegue mesmo responder a esta questão com a honestidade intelectual que se impõe. É fácil ser europeu, dum tempo em que já nem há fronteiras. Ser branco. Ser rico ou pelo menos não pobre, quando a comparação é feita com gente que não tem o que comer.
E, do alto da nossa soberba intelectual, moral, económica e europeia, enchermos a boca para dizer quão incorruptíveis somos. Quão sérios e honestos. O quanto seríamos incapazes de baixar os braços perante a injustiça.
A verdade é que o fazemos todos os dias, sem sequer sair do lugar. Somos cobardes todos os dias, reféns do pequeno poder. Do senhor director. Do senhor engenheiro. Do partido, do patrão… das prestações ao banco. Estamos subjugados e deixamos.
E na minha cabeça a dúvida atroz: e se fosse ainda mais sério?, se a liberdade e a democracia, tais como as conhecemos, deixassem de existir? O que é que eu faria? Faria alguma coisa?
Gostava de acreditar que sim. Que o inconformismo seria a nota dominante nas minhas reacções. Mas, para dizer a verdade, tenho de admitir que não sei.
Afinal, eu estou na enorme mol anónima de gente que protesta no café. Queria saber que seria capaz de lutar. Hoje não sei.