Thursday 31 December 2009
Tuesday 29 December 2009
Um pouco menos informados
João Miguel Tavares tem sido, em meses, o único a conseguir chamar as coisas pelos nomes, num país de gente pouco importada ou em crise de diarreia mental permanente.
Hoje anuncia o fim das suas crónicas. Sei que estaremos, todos, um pouco menos informados. Porque embora os seus textos no DN fossem crónicas - e portanto opinião e não informação - a forma como soube fazer análise foi sempre de moldes a fazer as pessoas pensarem.
E estar informado é - deveria ser - ser confrontado com coisas que façam pensar.
Eu sei que estou mais pobre.
Hoje anuncia o fim das suas crónicas. Sei que estaremos, todos, um pouco menos informados. Porque embora os seus textos no DN fossem crónicas - e portanto opinião e não informação - a forma como soube fazer análise foi sempre de moldes a fazer as pessoas pensarem.
E estar informado é - deveria ser - ser confrontado com coisas que façam pensar.
Eu sei que estou mais pobre.
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Monday 28 December 2009
Homens vs mulheres
Ele é homem, quase a chegar aos 50, mas uns 50 em muito bom estado. Só por acaso casado com uma prima minha, num grau demasiado distante para conseguir explicar. Estávamos num círculo restrito quando aconselhou um conjunto de jovens mulheres: "se querem homens bons, é escolhe-los".
Perante um coro de protestos disse, certificado pela experiência: "Não se deixem enganar. Nós andamos à caça. Mas, em todos os casos, são sempre vocês que escolhem".
Meditemos.
Perante um coro de protestos disse, certificado pela experiência: "Não se deixem enganar. Nós andamos à caça. Mas, em todos os casos, são sempre vocês que escolhem".
Meditemos.
Back to reality
Thursday 24 December 2009
Afectos
Os amigos são as pessoas que nos ouvem uma hora ao telefone, nos enviam uma minuta de uma carta de despedimento e dizem - faz as coisas de forma inteligente.
Wednesday 23 December 2009
Digo eu
Suponho que haverá um dia que vou ter saudades disto tudo...
Infelizmente ainda não é amanhã!
Infelizmente ainda não é amanhã!
Dúvida existencial
Porque é que quando estou com uma neura do tamanho dum castelo só consigo ouvir músicas que me fazem ter vontade de cortar os pulsos com folhas de papel?
Masoquismo? As músicas são lindas... mas porra!
Um exemplo? Ei-lo!
Masoquismo? As músicas são lindas... mas porra!
Um exemplo? Ei-lo!
Casamento
A um mês de terem o segundo filho, depois de uns anos de casamento, ainda há amor. Acredito.
Mas às vezes é difícil descortiná-lo. Sobretudo em telefonemas monocórdicos em que a voz dele profere, enfadada: não, não vai dar.
E mais nada. Nem um beijo.
Uma secura que não me diz nada de bom.
Será sempre assim?
Mas às vezes é difícil descortiná-lo. Sobretudo em telefonemas monocórdicos em que a voz dele profere, enfadada: não, não vai dar.
E mais nada. Nem um beijo.
Uma secura que não me diz nada de bom.
Será sempre assim?
Thursday 17 December 2009
Ser maior
Entro numa livraria, num alfarrabista, numa biblioteca e o sentimento é sempre o mesmo: uma excitação desmedida, um frémito de quem sabe que não vai poder ler todos os grandes livros, mas quer.
Depois, um certo sentimento de culpa por, ao contrário do que devia, passar ao lado de certos clássicos que esperava já ter lido. E também por não perceber bem onde foi que me perdi.
Se for mais fundo ainda, sei que a escrita é sempre o ponto-chave. Foi sempre pelas letras que eu quis ser maior. E hoje, à beira de concluir que, se calhar, nunca terei nada de jeito para escrever, sinto a alma apoucar-se. Como a menina que sonha ser bailarina e acaba corista ou o chef que frita bifanas na roulotte da feira.
Ela sabia: Ser poeta é ser mais alto, é ser maior do que os homens.
Depois, um certo sentimento de culpa por, ao contrário do que devia, passar ao lado de certos clássicos que esperava já ter lido. E também por não perceber bem onde foi que me perdi.
Se for mais fundo ainda, sei que a escrita é sempre o ponto-chave. Foi sempre pelas letras que eu quis ser maior. E hoje, à beira de concluir que, se calhar, nunca terei nada de jeito para escrever, sinto a alma apoucar-se. Como a menina que sonha ser bailarina e acaba corista ou o chef que frita bifanas na roulotte da feira.
Ela sabia: Ser poeta é ser mais alto, é ser maior do que os homens.
Tempos modernos
Mensagens, telefonemas, e-mails, contactos de toda a espécie. E, ao fim do dia, percebemos que passámos mais um dia sem FALAR realmente com quer que fosse.
Um de muitos - tantos - dias.
E é isso.
Um de muitos - tantos - dias.
E é isso.
Wednesday 16 December 2009
E a mãe dele, não pensou em abortar?
Mas foi pena. Demasiada estupidez e demagogia para comentar.
Alguém lhe dê uma pancada seca na nuca, por favor.
Alguém lhe dê uma pancada seca na nuca, por favor.
Afinal o tamanho conta?
Aparentemente, sim. Quanto maior for o mastro... maior é o tamanho da nossa república. Assim, sem tirar nem pôr. Num país onde tudo funciona lindamente, vamos festejar 100 anos da república. E o que é que é mesmo mesmo giro para esta celebração? Fazer um mastro (!), sim um mastro, bem grande. O meu mastro é maior que o teu e vai hastear uma bandeira mais alta? Infelizmente a estupidez, já o sabemos, não tem limite. E por isso o erário público vai, mais uma vez, ser delapidado de forma boçal. Um milhão de euros. Isso deveria ser um crime tipificado na Lei. Para ler aqui, em detalhe. Com as devidas desculpas à marca, esta é a foto certa...
Tuesday 15 December 2009
Ainda os mínimos
Monday 14 December 2009
Mínimos
Desabafo
Pior do que as segundas-feiras, só a permanente sensação de vivermos uma vida que não é a nossa.
E desapontar a pessoa que mais esperança tem em nós.
E desapontar a pessoa que mais esperança tem em nós.
Friday 11 December 2009
Wednesday 9 December 2009
(re)começo
Sempre que saio daqui, mesmo que por um período de tempo muito pequeno, é mais difícil voltar. Como se fosse um recomeço e não apenas o regresso normal, provocado por uma ausência curta. Aqui tenho muito do que me faz feliz, mas não tenho mundo. Sei que a rotina está em todo lado, que é injusto comparar trabalho e turismo. Mas a pergunta é legítima - se dá para tantos milhares de pessoas, porque é que não há-de dar para mim também? Queria estar outra vez aqui, mesmo com chuva e dias que acabam às 15:30h!
Sunday 29 November 2009
Ansiedade
Mesmo quando as expectativas não são elevadas, sair da rotina e do que fazemos todos os dias tem de ser celebrado!
Quero conjugar o verbo ir. Agora!
Quero conjugar o verbo ir. Agora!
Friday 27 November 2009
E depois?
É certo que a luz ao fundo do túnel pode ser o comboio... mas nem sempre! Neste caso era só a porta de entrada para uma tempestade. Ainda assim, não deixou de ser bom ver a luz, ao fundo daquele que é o mais comprido dos nossos túneis rodoviários. Hoje, a luz ao fundo meu túnel mental é pensar que nos próximos 11 dias vou trabalhar apenas 1 dia. Que pensamento bom!
Wednesday 25 November 2009
Repeat
Não sei de onde me vem esta mania de ouvir a mesma música mil vezes, sempre no repeat. Não acontece sempre, mas acontece muitas vezes.
Agora - Let's get it on.
Agora - Let's get it on.
E o dia começa bem
Era uma publicidade do Nescafé (acho) ou seria da Mocambo, a que nos dizia que "o dia começa bem"? Não me lembro. Mas o dia começa mesmo bem quando um amigo nos telefona de longe a contar os planos que está a fazer para a nossa visita próxima.
Aconchega o espírito e dá energia para um dia inteiro.
Aconchega o espírito e dá energia para um dia inteiro.
Insónias
A expressão durmo como uma pedra foi inventada a pensar em mim, sem qualquer sombra de dúvida. E no entanto, tenho andado sem vontade de dormir, com umas insónias anormais.
Não, não tem sido excesso de café. E a verdade é que nem consigo explicar isto. Mas tem sido assim. Porra!
Não, não tem sido excesso de café. E a verdade é que nem consigo explicar isto. Mas tem sido assim. Porra!
Tuesday 24 November 2009
O que não se explica
Não será a mais bonita das capitais europeias. Nem a mais romântica, a mais funcional ou a mais interessante.
Mas tenho com Bruxelas, desde que a vi pela primeira vez, uma relação de amor.
Tudo me parece fazer sentido lá, mesmo que, de frente para a Comissão Europeia me sinta o Bugs Bunny quando chegou ao paraíso e viu cenouras gigantes. Também eu fico de orelhas para trás.
Não sei se são as pessoas. Se aqueles edifícios de tijolo que me apaixonam. Se simplesmente aquela sensação de estar noutro lugar - mesmo que a trabalho e com horários e corridas.
Há dias um amigo que esteve lá a trabalho, pela primeira vez, mandou-me uma mensagem: Bruxelas é a cidade da minha vida.
Eu não serei tão radical. Mas, quando subo as escadas do metro na Place de Brouckère, uma parte de mim sente que está a regressar a casa.
Monday 23 November 2009
Porquê?
Ok, sabem aqueles dias em que estão perante a deadline e, quase milagrosamente, conseguem recuperar tempo perdido? Isto apesar do vosso chefe estar particularmente implicante - chato. E só vos aparecem à frente destinos de férias e férias e... pois, férias.
Aqui gela-se. Mas à distância de um clic eu podia estar aqui!
Ou então não!
Aqui gela-se. Mas à distância de um clic eu podia estar aqui!
Ou então não!
O desconhecimento
Sempre achei que a História recente não é explicada na escola.
Ler isto:
Foram 20 dias alucinantes. O Governo mandou bombardear a Rádio Renascença. Os trabalhadores da construção civil sequestraram o Governo e a Assembleia. O Governo entrou em greve. Os líderes do PS, PSD e CDS fugiram para o Porto, porque ia ser criada a Comuna de Lisboa independente. Os pára-quedistas ocuparam as bases da Força Aérea. A guerra civil ia começar. A reconstituição hoje possível do 25 de Novembro de 1975, a partir de entrevistas com os principais intervenientes e dos livros que, para deixarem o seu testemunho para a História, alguns deles têm publicado.
mostra-me mais uma vez que sei pouco. Muito pouco.
Para ler tudo. Bom jornalismo, que de vez em quando também pode acontecer.
Será que se enganaram?
Ler isto:
Foram 20 dias alucinantes. O Governo mandou bombardear a Rádio Renascença. Os trabalhadores da construção civil sequestraram o Governo e a Assembleia. O Governo entrou em greve. Os líderes do PS, PSD e CDS fugiram para o Porto, porque ia ser criada a Comuna de Lisboa independente. Os pára-quedistas ocuparam as bases da Força Aérea. A guerra civil ia começar. A reconstituição hoje possível do 25 de Novembro de 1975, a partir de entrevistas com os principais intervenientes e dos livros que, para deixarem o seu testemunho para a História, alguns deles têm publicado.
mostra-me mais uma vez que sei pouco. Muito pouco.
Para ler tudo. Bom jornalismo, que de vez em quando também pode acontecer.
Será que se enganaram?
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Alguém me explica
... porque é que são 3 da manhã e está a dar um jogo de futebol entre Benfica e Porto, da época de 1994. Sim. o Domingos ainda jogava futebol. Hello!
Tempo
Passamos (incluo-me) a vida a queixar-nos da falta de tempo.
Se calhar muitas vezes é só uma máscara para a falta de vontade.
Hoje estou a fazer noitada, como há muito tempo. De portátil nos joelhos, como não mandam as regras.
Há um silêncio de pessoas na casa - felizmente. Na televisão qualquer coisa. Mas o que me faz continuar, à parte o dever, é a música. Há música boa na minha alma. E isso é tanto.
Se calhar muitas vezes é só uma máscara para a falta de vontade.
Hoje estou a fazer noitada, como há muito tempo. De portátil nos joelhos, como não mandam as regras.
Há um silêncio de pessoas na casa - felizmente. Na televisão qualquer coisa. Mas o que me faz continuar, à parte o dever, é a música. Há música boa na minha alma. E isso é tanto.
Thursday 17 September 2009
Acreditar
Wednesday 16 September 2009
Realpolitik portuguesa ou o sentido de humor que eles não têm
Alguém acredita que Manuela Ferreira Leite tem sentido de humor? E Sócrates poder de encaixe face às críticas?
E no entanto, foi vê-los sorridentes, colaborantes, a aceitarem submeter-se ao humor inteligente do RAP. É que isto dá visibilidade e um ar de se ser "porreiro, pá!". Parabéns à SIC pela ideia, parabéns ao Ricardo pelo sentido de humor.
Tenho pena que os jornalistas não aprendam nada com ele. É que ele não tem, aparentemente, medo de fazer as perguntas difíceis.
Só os jornalistas é que têm, coitadinhos!
E no entanto, foi vê-los sorridentes, colaborantes, a aceitarem submeter-se ao humor inteligente do RAP. É que isto dá visibilidade e um ar de se ser "porreiro, pá!". Parabéns à SIC pela ideia, parabéns ao Ricardo pelo sentido de humor.
Tenho pena que os jornalistas não aprendam nada com ele. É que ele não tem, aparentemente, medo de fazer as perguntas difíceis.
Só os jornalistas é que têm, coitadinhos!
Tuesday 15 September 2009
Justiça e liberdade de expressão
Gosto do João Miguel Tavares. Gosto da forma como ele põe as coisas, quando escreve. Dito isto, convém explicar que não o conheço - só das páginas do DN. E de uma ou outra coisa em que "anda metido". Leio-o às terças. E costumo partilhá-lo com os amigos. Sei do(s) processo(s) do PM contra ele. Mas não é a política que me motiva o entusiasmo. Antes o verbo.
Não me interessa se tem partido ou em quem vota. O voto é dele. Interessa-me a forma como escreve - desassombrada - e o conteúdo, com o qual tendencial mas não cegamente, costumo concordar.
Hoje, no sítio do costume, voltou a dar nome às coisas.
Parece que alguns de nós ainda conseguem saber de que lado da barricada estão.
Não me interessa se tem partido ou em quem vota. O voto é dele. Interessa-me a forma como escreve - desassombrada - e o conteúdo, com o qual tendencial mas não cegamente, costumo concordar.
Hoje, no sítio do costume, voltou a dar nome às coisas.
Parece que alguns de nós ainda conseguem saber de que lado da barricada estão.
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Afinal, qual é o nosso lado da barricada?
Na verdade não sei se qualquer um de nós consegue mesmo responder a esta questão com a honestidade intelectual que se impõe. É fácil ser europeu, dum tempo em que já nem há fronteiras. Ser branco. Ser rico ou pelo menos não pobre, quando a comparação é feita com gente que não tem o que comer.
E, do alto da nossa soberba intelectual, moral, económica e europeia, enchermos a boca para dizer quão incorruptíveis somos. Quão sérios e honestos. O quanto seríamos incapazes de baixar os braços perante a injustiça.
A verdade é que o fazemos todos os dias, sem sequer sair do lugar. Somos cobardes todos os dias, reféns do pequeno poder. Do senhor director. Do senhor engenheiro. Do partido, do patrão… das prestações ao banco. Estamos subjugados e deixamos.
E na minha cabeça a dúvida atroz: e se fosse ainda mais sério?, se a liberdade e a democracia, tais como as conhecemos, deixassem de existir? O que é que eu faria? Faria alguma coisa?
Gostava de acreditar que sim. Que o inconformismo seria a nota dominante nas minhas reacções. Mas, para dizer a verdade, tenho de admitir que não sei.
Afinal, eu estou na enorme mol anónima de gente que protesta no café. Queria saber que seria capaz de lutar. Hoje não sei.
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