Friday 24 September 2010

E já agora...

Lembram-se dele? Foi um dos piores ministros de que há memória e olhem que os houve bem maus. Continua a ser notícia. Este senhor é atrasado mental - perguntem a todos os empresários portugueses. Agora está aqui, graças a todos nós. De referir, porque não é inocente que quem escreve esta "notícia", apesar de publicada no DN, é o órgão oficial do Governo. Perdão, a Lusa. Ah, já me esquecia. Dá no mesmo.

E quem é que paga a factura?

Sem Orçamento de Estado não há Governo. Ou eu muito me engano ou isto chama-se chantagem. Pedro Silva Pereira, a fazer de amplificador da voz do dono disse-o. Omitiu que o PSD se recusa a aprovar um OE que prevê a subida do IVA para 23%.
Vamos ser sérios. Não tem que ser o PSD a aprovar o OE. Pode ser o CDS, por exemplo. Pôr no principal partido da oposição o ónus do não funcionamento do Governo é, do ponto de vista político, uma jogada de mestre. Sócrates é, honra lhe seja feita, um homem astuto e politicamente muito hábil. Do ponto de vista moral, claro, não tem qualquer vestígio de espinha dorsal. Mas isso só surpreenderá os mais distraídos.
Quanto aos factos - podemos funcionar sem OE, como é óbvio. Com duodécimos, como prevê a Lei. Se calhar até melhor, porque a despesa fica mais apertadinha. Afinal já sabemos que não vamos ter as grandes obras....Eventualmente ficará mais difícil comprar carros de alta cilindrada para os gestores das empresas públicas. A vida não é fácil....
O que me parece mesmo mesmo assustador é que nós, os pobres, continuamos sempre lixados com um F maiúsculo. Se o Governo se demite agora teremos eleições antecipadas. Uma imagem que agradaria ao nosso 1º, porque poderia vitimizar-se à vontade e ainda corria o risco de ser reeleito por mais quatro anos.
Na pior das hipóteses Passos Coelho ganhava agora, mas com o País de pantanas. Em qualquer destes cenários estamos, claro, FODIDOS.
Se a coisa não resultar e ele tiver de levar o mandato até ao fim... estamos FODIDOS na mesma. E mais, o que vier depois dele... não será melhor.

Tuesday 21 September 2010

Rocco, o regresso de um mito

A primeira vez que ouvi falar dele foi nos idos de 90, quando o insuspeito jornal Público escreveu sobre os seus 25 cm de "talento". Depois correu o boato que tinha morrido de Sida.
Afinal Rocco, o garanhão italiano dos filmes porno, está vivo. E, depois de 400 filmes, tem uma aura de seriedade que os tais 25 cm nunca poderiam fazer suspeitar. Para ler aqui, um retrato da indústria.

Wednesday 15 September 2010

Valha-nos Deus!

Li e ainda estou hesitante entre o rir perdidamente e o choque. Ainda bem que para preencher escolheram o algarismo 2 e não o 6. Doutra forma seria obrigada a concluir tratar-se duma sugestão do demo, essa de usar os instrumentos do capitalismo para ajudar os pobres!

Monday 13 September 2010

Datas

Lembro-me bem de ser pequena e do dia, ou melhor, a noite, que antecipava o regresso à escola. E era um inferno. Sempre. Mesmo tendo sido boa aluna. Mesmo sendo integrada e tendo amigos... a escola não era o lugar onde eu queria estar, por oposição a dias inteiros livres para fazer o que eu quisesse. E que normalmente envolviam muitos livros.
Então, há exactamente 13 anos, no dia 13 de Setembro.... Bom, comprei o jornal para ver as notas do ensino superior. E previ, tendo em conta as médias publicadas, entrar no curso que ninguém sabia que eu tinha escolhido. A quinta opção. Escolhida quase por brincadeira. Contra tudo o que era suposto e à margem do que eu tinha idealizado. Foi uma cruz - na verdade umas bolinhas naquelas folhas cor-de-laranja das candidaturas - que ditou uma parte considerável da minha vida e do que têm sido estes 13 anos.
Parece-me que foi há bocadinho. E no entanto morreram e nasceram pessoas muito importantes na minha vida. Conheci pessoas. Fiz amigos. Apaixonei-me e "desapaixonei-me". Desiludi-me com as pessoas. E comigo. Maravilhei-me com sítios que conheci, com a minha capacidade de resistência, com coisas que alguém fez para e por mim. E com pessoas, claro.
E ouvi música. E chorei. E ri. Muito.
Hoje posso dizer que já fiz coisas que, na altura, nem me passavam pela cabeça. De bom e de mau. Se tivesse de passar tudo outra vez talvez mudasse algumas coisas. Mas não a maioria. Mas todos juntos, a passar assim em flash à minha frente, esses 13 anos parecem-me uma longa-longa metragem.
Gostava de ter aquela inocência outra vez. Mas não sei se queria atravessar tudo de novo. Tudo foi muito. Mas gostava de ter as certezas que tinha na altura.

Wednesday 8 September 2010

Serenidade

Admiro-a desde que a conheci. Foi numa festa da empresa onde ambas trabalhávamos: eu a tirar o meu curso e a colaborar com eles e ela a full full time. Disse-me na hora que não tinha muitos estudos e que o filho pequeno tinha problemas de audição. E o despojamento com que o fez levou-me a gostar dessa atitude despachada e descomplexada. Na prática é mãe "solteira" já que o ex-marido não chega a ser pai nem a fingir - nem no amor, nem na comparticipação financeira que nunca chega a dar. Ainda assim, há quatro anos tomou a decisão de adoptar o sobrinho pequeno - uma criança sem pai e cuja mãe, toxicodependente, há muito mostrou ser incapaz. Adoptou-o mesmo, com papéis e, sobretudo, com amor incondicional. Sozinha. E eu admiro-a ainda mais. Ontem, depois de mais de um ano e meio de distância, falámos ao telefone. Mudou de casa e de cidade e de vida - ela e os seus dois amores.
- Então e gajos?, perguntei eu. E ela, que é linda de fazer parar o trânsito, e uma pessoa fantástica, disse-me que, na verdade, nem quer saber disso. Que todos os que conheceu se revelaram mais "ralações" do que relações. Que na verdade está tão feliz e tão realizada e a fazer as coisas como quer que não tem espaço nem tempo para isso. Que não quer ter alguém na vida dela para discutir, porque para isso, mais vale ser como é: feliz com o seu trabalho, os filhos, os amigos. Eu continuo, todos os dias, a admirá-la.

Friday 3 September 2010

Das pessoas

Acredito que todos os dias fazemos escolhas. E podem ser completamente life changing. Como encontrar um novo emprego porque se viu um anúncio num jornal que não é o que lemos habitualmente. Porque encontrámos um velho amigo num restaurante a que não costumamos ir e ele nos apresenta ao pai dos nossos filhos... sim, são exemplos drásticos mas ilustrativos. Eu, se dúvidas houvesse, já tive uma prova bem viva desse cenário - mas que não vem agora ao caso.
Hoje saiu do meu contacto diário - espero que não da minha vida - um novo amigo. Novo na idade e no tempo (conhecemo-nos há apenas seis meses). Uma parte de mim partiu com ele. Vou ter saudades - ainda por cima nos últimos tempos passámos muito muito tempo juntos. Vai faltar-me a sua companhia, o sentido de humor e mesmo o trabalho. A partilha de um café ou de uma piada parva. Hoje, quando o vi sair, fiquei com a certeza de que ele é um Homem. Melhor, que fizemos dele um Homem. Assim mesmo, grafado em maiúsculas. Mais capaz e certamente com um sentido de questionar o mundo que não tinha quando chegou. Ele é o primeiro a reconhecer isso mesmo. Eu espero que isto seja, como me parece, para a vida. Impregnado debaixo da pele. Para sempre.
E hoje acho que, se a minha religião me deixasse, isto era neura para ter de ser entupida em caixas de Häagen Dazs. Raios!