Tuesday 15 September 2009

Afinal, qual é o nosso lado da barricada?


Na verdade não sei se qualquer um de nós consegue mesmo responder a esta questão com a honestidade intelectual que se impõe. É fácil ser europeu, dum tempo em que já nem há fronteiras. Ser branco. Ser rico ou pelo menos não pobre, quando a comparação é feita com gente que não tem o que comer.
E, do alto da nossa soberba intelectual, moral, económica e europeia, enchermos a boca para dizer quão incorruptíveis somos. Quão sérios e honestos. O quanto seríamos incapazes de baixar os braços perante a injustiça.
A verdade é que o fazemos todos os dias, sem sequer sair do lugar. Somos cobardes todos os dias, reféns do pequeno poder. Do senhor director. Do senhor engenheiro. Do partido, do patrão… das prestações ao banco. Estamos subjugados e deixamos.
E na minha cabeça a dúvida atroz: e se fosse ainda mais sério?, se a liberdade e a democracia, tais como as conhecemos, deixassem de existir? O que é que eu faria? Faria alguma coisa?
Gostava de acreditar que sim. Que o inconformismo seria a nota dominante nas minhas reacções. Mas, para dizer a verdade, tenho de admitir que não sei.
Afinal, eu estou na enorme mol anónima de gente que protesta no café. Queria saber que seria capaz de lutar. Hoje não sei.

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